terça-feira, 23 de setembro de 2014

As novas relações entre europeus, africanos e asiáticos nos séculos XV-XVI

As novas relações no mundo do século XV, a partir das grandes navegações, terão como ponto principal o contato entre culturas e costumes diferentes. Os portugueses irão inaugurar a expansão para além-fronteiras de modo a buscar novos fiéis à cristandade e novas relações de comércio, principalmente do comércio marítimo do Oriente, entre a Costa Oriental da África e a Índia.

A seguir, algumas imagens que podemos trabalhar a partir das novas relações entre europeus, africanos e asiáticos nos séculos XV-XVI.
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No mapa abaixo, destacam-se as rotas comerciais realizadas entre europeus, asiáticos e africanos no século XIII. Ao longo dos séculos seguintes, novas rotas serão descobertas e novas relações culturais, políticas e econômicas serão realizadas.

A partir do século XV, principalmente com as expedições de Diogo Cão (seta em azul para o Congo) e Vasco da Gama (seta em verde), novos caminhos serão traçados para o comércio até às Índias. Através do mapa abaixo podemos visualizar todas as rotas marítimas que saíram do porto de Lisboa até a costa ocidental e oriental da África e até o comércio com a Índia, no porto de Calicute e Cochim. Comparando o mapa anterior com este, podemos denotar a mudança do “palco” das relações comerciais no século XV, passando agora para o Oceano Atlântico.

Abaixo, temos a representação do manicongo (soberano) do Reino africano do Congo, no século XV, chamado de João I após o batismo português. Ao lado, a esposa e rainha do Reino africano do Congo, Mani-Mombada. Estas pinturas foram feitas pelo pintor Pierre Dublois, em 1776. Percebam as vestes da rainha.

Através da imagem abaixo podemos destacar trocas culturais entre os congoleses e os portugueses a partir do contato das grandes navegações. As vestes de Mani-Mombada são semelhantes as vestes da rainha portuguesa D. Maria I.

Outro exemplo de hibridismo cultural (trocas culturais) entre os portugueses e os congoleses é a tradição dos reis negros na Festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Em Portugal, desde o século XV os negros escolhiam os reis para celebrar a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, reunidos em irmandades religiosas. A tradição de eleger reis vinha do antigo reino africano do Congo, onde eles não herdavam o trono, mas eram escolhidos pelos nobres.
Abaixo, temos uma pintura (1835) de Johann Moritz Rugendas, pintor alemão que no século XIX viajou pelo Brasil retratando os costumes e práticas locais. A pintura ilustra a tradição dos reis negros no Brasil, que recebeu o nome de congada.

Depois de Diogo Cão, o rei de Portugal à época, D. Manuel I, enviou para o Oriente africano uma expedição liderada por Vasco da Gama. O objetivo desta expedição era conhecer e construir novas relações comerciais com os navegadores das Índias, principalmente entrar em contato com o “Rei dos Mares” de Calicute, o Samorim, que na Europa já chegava a fama.
Abaixo temos um mapa que ilustra toda a expedição de Vasco da Gama. Desde o périplo africano até a chegada ao porto de Goa, na Índia, e o contato com os japoneses, em Nagasaki.

O contato entre Vasco da Gama e o Samorim possui diversas interpretações e representações ao longo do processo histórico. Uma destas representações é a de José Veloso Salgado, “Vasco da Gama perante o Samorim de Calicute”, de 1898, em que podemos ressaltar as opções políticas do pintor ao retratar o contato. No centro, em destaque, temos Vasco da Gama, posicionado de forma imponente, com trajes suntuosos e gesticulando enquanto os indianos ao redor escutam atentos ao que ele tem para dizer. Já o “Rei dos Mares”, sentado em seu trono, escuta também com atenção ao português.







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