As
novas relações no mundo do século XV, a partir das grandes navegações, terão
como ponto principal o contato entre culturas e costumes diferentes. Os portugueses
irão inaugurar a expansão para além-fronteiras de modo a buscar novos fiéis à
cristandade e novas relações de comércio, principalmente do comércio marítimo
do Oriente, entre a Costa Oriental da África e a Índia.
A
seguir, algumas imagens que podemos trabalhar a partir das novas relações entre
europeus, africanos e asiáticos nos séculos XV-XVI.
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No
mapa abaixo, destacam-se as rotas comerciais realizadas entre europeus,
asiáticos e africanos no século XIII. Ao longo dos séculos seguintes, novas
rotas serão descobertas e novas relações culturais, políticas e econômicas
serão realizadas.
A
partir do século XV, principalmente com as expedições de Diogo Cão (seta em azul
para o Congo) e Vasco da Gama (seta em verde), novos caminhos serão traçados
para o comércio até às Índias. Através do mapa abaixo podemos visualizar todas
as rotas marítimas que saíram do porto de Lisboa até a costa ocidental e
oriental da África e até o comércio com a Índia, no porto de Calicute e Cochim.
Comparando o mapa anterior com este, podemos denotar a mudança do “palco” das
relações comerciais no século XV, passando agora para o Oceano Atlântico.
Abaixo,
temos a representação do manicongo
(soberano) do Reino africano do Congo, no século XV, chamado de João I após o
batismo português. Ao lado, a esposa e rainha do Reino africano do Congo,
Mani-Mombada. Estas pinturas foram feitas pelo pintor Pierre Dublois, em 1776.
Percebam as vestes da rainha.
Através
da imagem abaixo podemos destacar trocas culturais entre os congoleses e os
portugueses a partir do contato das grandes navegações. As vestes de Mani-Mombada são semelhantes as vestes da rainha portuguesa D. Maria I.
Outro
exemplo de hibridismo cultural (trocas culturais) entre os portugueses e os
congoleses é a tradição dos reis negros na Festa de Nossa Senhora do Rosário e
São Benedito. Em Portugal, desde o século XV os negros escolhiam os reis para
celebrar a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, reunidos em irmandades
religiosas. A tradição de eleger reis vinha do antigo reino africano do Congo,
onde eles não herdavam o trono, mas eram escolhidos pelos nobres.
Abaixo,
temos uma pintura (1835) de Johann Moritz Rugendas, pintor alemão que no
século XIX viajou pelo Brasil retratando os costumes e práticas locais. A
pintura ilustra a tradição dos reis negros no Brasil, que recebeu o nome de congada.
Depois
de Diogo Cão, o rei de Portugal à época, D. Manuel I, enviou para o Oriente
africano uma expedição liderada por Vasco da Gama. O objetivo desta expedição
era conhecer e construir novas relações comerciais com os navegadores das Índias,
principalmente entrar em contato com o “Rei dos Mares” de Calicute, o Samorim, que na Europa já chegava a
fama.
Abaixo
temos um mapa que ilustra toda a expedição de Vasco da Gama. Desde o périplo
africano até a chegada ao porto de Goa, na Índia, e o contato com os japoneses,
em Nagasaki.
O
contato entre Vasco da Gama e o Samorim
possui diversas interpretações e representações ao longo do processo histórico.
Uma destas representações é a de José Veloso Salgado, “Vasco da Gama perante o
Samorim de Calicute”, de 1898, em que podemos ressaltar as opções políticas do
pintor ao retratar o contato. No centro, em destaque, temos Vasco da Gama,
posicionado de forma imponente, com trajes suntuosos e gesticulando enquanto os
indianos ao redor escutam atentos ao que ele tem para dizer. Já o “Rei dos
Mares”, sentado em seu trono, escuta também com atenção ao português.
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