Neste mapa sobre a conquista espanhola na América, a partir do século
XVI, podemos observar disposição dos povos nativos (Mais, Astecas e
Incas) ao longo do território da atual América Central e do Sul. Percebe-se também as
incursões de exploração da terra por parte dos chamados “conquistadores”
espanhóis ao longo dos séculos, iniciado por Cristóvão Colombo em 1492 e
prosseguido mais tarde por Hernán Cortés, Francisco Pizarro e Almagro. É interessante atentar para os focos de resistência dos nativos nos quais houve vitória militar
por parte destes (ver legenda).
A seguir, temos dois relatos de espanhóis sobre os
costumes indígenas e uso da violência contra estes nativos. Os trechos são, respectivamente, de um viajante da embarcação de Colombo chamado Miguel de Cuneo e de
Bartolomeu de Las Casas (religioso defensor da não utilização da escravidão
indígena e cujo discurso teve grande repercussão na Espanha). Veja:
“Geralmente, têm pouquíssima barba e belíssimas pernas, e
são duros de pele. As mulheres têm as tetas mui
redondas, duras e mui bem feitas. Estas, geralmente quando dão à luz,
levam imediatamente seus filhos para a água, para lavá-los e lavar-se a si mesmas e não se lhes enruga o
ventre por causa do parto, se não que lhe fica sempre terso, e assim as tetas.
Vão totalmente nus, porém é verdade que
as mulheres , quando já conheceram varão, cobrem-se na frente com folhas de
árvore ou com um pedaço de pano de algodão [...]. Comem todos os animais brutos
e venenosos, como serpentes de 15 a 20 gramas cada uma; e quando topam com as mais grossas, são midas por elas.
Quando querem comer as ditas serpentes, as cozinham no meio de duas madeiras em
assado; nós faltando-nos o que comer, as temos comido, e nos parecem
boníssimas, e têm a carne branquíssima. Comem também cachorro que não são demasiadamente
bons. Assim mesmo, comem cobras ,
lagartos e aranhas [...] caranguejos venenosos [... ] comem como pão aquelas raízes
grossas [mandiocas] que são parecidas com
os nossos nabos [...] e sua bebida d’água [...] suas facas são pedras
afiadas [...] nem sabem o que seja Deus nem diabo. Vivem mesmo como bestas;
quando têm fome , comem; fazem o coito sem recato algum quando lhes dá a
vontade, e fora dos irmãos e irmãs, todos os demais são comuns. Não são
invejosos [...]”
(Miguel de Cuneo, Relação,
1495)
(Frei Bartolomeu de Las Casas, Brevíssima relação da destruição dos Índios, 1542)
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