domingo, 9 de novembro de 2014

Alargamento das fronteiras do Brasil - colonização do interior

Vídeo-aula "O território se amplia"


         Na vídeo-aula de número 26 do Telecurso 2ºgrau, intitulada "O território se amplia", podemos ter uma noção mais clara dos processos de interiorização da colonização portuguesa no Brasil. Apresentam-se questões sobre o Tratado de Tordesilhas, a importância do Rio Amazonas, a economia do Norte e o papel das Bandeiras nesses processos de colonização do interior e alargamento das fronteiras do Brasil no Período Colonial.



Obs: caso não consiga assistir o vídeo, acessar o site <https://www.youtube.com/watch?v=nkD05_ZrNzE>.
  

Refletindo sobre a oposição “Metrópole Colônia”

Portugal: um Estado Moderno





O Pacto Colonial




Limites ao estrito controle da metrópole


(1) Havia um mercado interno consolidado.

(2) Havia o "mercado global do açúcar".

(3) Houve momentos em que os colonos desfiaram a lealdade com o rei: Invasões Holandesas (1630-1654).

(4) Havia ligações entre as diversas partes do Império Português.








Povos originários do Brasil II

Os índios no Brasil Contemporâneo


Cinco ideias equivocadas sobre os índios

1º) Índio genérico
- Ideia de um bloco único
=> reduz culturas diferentes a uma entidade supraétnica

 2º) Culturas atrasadas
- Ideia de culturas primitivas
=> despreza saberes indígenas

3º) Culturas congeladas
- Imagem idealizada do indígena
=> negação da “interculturalidade”

4º) Índios pertencem ao passado
- Ideia de que os povos indígenas fazem parte apenas do passado
=> ignora sua atualidade, seus costumes e tradições

5º) Brasileiro não é “Índio”
- Desconsiderar a matriz indígena na formação do povo brasileiro

=> tendência à identificação com o “vencedor”


Estudo de Caso: Ashaninkas



Vídeo “Filhos da Terra”, capítulo 8 da série “Índios no Brasil”.

         O vídeo “Filhos da Terra” é o oitavo capítulo de uma série produzida pela TV escola em parceria com o Vídeo nas Aldeias e o Ministério da Educação. Busca-se apresentar a relação, nem sempre amistosa, entre “índios” e “brancos”. Nesse capítulo podemos perceber como os índios se relacionam com o seu território ancestral, como falam da natureza e como entendem o desenvolvimento sustentável.
         O povo indígena Ashaninka é um bom exemplo desse tipo de pensamento e uso dos recursos naturais de forma não predatória, ou seja, sustentável. No vídeo a seguir podemos identificar os elementos constitutivos da sua visão de mundo, da sua relação com a terra e com a sociedade brasileira da qual fazem parte. 


Obs: caso não consiga visualizar o vídeo, ir para página na internet <http://www.videonasaldeias.org.br/2009/video.php?c=20> 


Ashaninka (“Kampa”) – Rio Amônia – Brasil

- Autodenominação: Asheninka = “meus parentes”, “meu povo”.
- Família Linguística: Aruak (= Arawak, Aruaque).
- Localização: Brasil (Acre) e Peru.
- População: 70 mil – 120 mil (maioria no Peru).
- Ocupação de territórios da Bacia do Amazonas: há 5000 anos. 



Sobre a imagem: os Ashaninkas sempre usaram roupas de algodão de sua própria fabricação, assim como colares, chapéus etc. Essa foto faz parte da exposição “O poder da Beleza” inaugurada no Dia Internacional dos Povos Indígenas, 09 de agosto, no Museu do Índio no Rio de Janeiro, a mostra apresenta aspectos e elementos da cultura e da estética do povo Ashaninka do Rio Amônia.


Visão de mundo, relação com a terra e com a sociedade brasileira.

- Uso de um calendário sazonal: contato pelo ciclo de reprodução das espécies da flora e fauna, de forma a manter o equilíbrio do ecossistema e garantir uma produção de gêneros alimentícios variados ao longo do ano.

- Uso sustentável dos recursos naturais: utilização dos recursos da natureza sem colocar qualquer espécie em risco de extinção.

- Introdução de produtos da floresta na economia de mercado: temos o exemplo da fábrica de sabonetes feitos de sementes da Amazônia, nesse projeto os Ashaninkas buscam introduzir no mercado não só um produto, mas uma história, repassando assim seus conhecimentos para fora da aldeia através de iniciativas de desenvolvimento sustentável. Buscam valorizar suas culturas e trazer benefícios para floresta, preservando seus recursos e garantindo a proteção das reservas indígenas.

- Associação Apiwtxa: instituição criada pelos Ashaninkas do Rio Amônia para garantir seus direitos, através do uso de um dispositivo legal para negociar e executar seus projetos.


Desenvolvimento Sustentável

= > Uso dos recursos da natureza, mas sempre pensando nas gerações futuras. Pensa-se em todo o processo de produção de uma mercadoria (seu uso e descarte), do início ao fim.

- Os Ashaninkas participam de projetos de reflorestamento e de manejo da flora e da fauna: coletas de sementes de árvores nativas em parceria com a Universidade de São Paulo para revenda no mercado de reflorestamento; uso de sistemas agroflorestais como estratégia de plantio sustentável, promovendo a coexistência simbiótica de espécies nativas da mata e espécies úteis para a alimentação, favorecendo a biodiversidade e a não degradação dos solos, dentre outros.

- A proteção e revitalização dos territórios indígenas e do entorno: só foi possível a partir da demarcação das terras indígenas dos Ashaninkas do Brasil em 1992. Com a passagem de um território flexível para uma reserva fixa com limites, foi possível lutar contra os madeireiros que invadem a região e promover um uso sustentável dos recursos da floresta, através de sistemas agroflorestais de plantio e projetos de manejo da flora e fauna, repovoando a reserva e valorizando as culturas indígenas.


         Por fim, deixamos como reflexão a fala do líder indígena Ailton Krenak, que apresenta o vídeo “Filhos da Terra”, sobre a relação dos indígenas com a terra. Suas palavras nos levam a pensar a importância da demarcação das terras indígenas para que se possa, a partir da reconstrução desses territórios expropriados por uma violência histórica, garantir às sociedades tradicionais o seu modo de vida.

“Desde que os primeiros europeus chegaram aqui, os brancos quiseram comprar as terras dos índios na América toda. (Os índios) Sempre disseram: - Eu não posso vender a terra, porque a terra é a nossa mãe. Esse sentido sagrado tem para todos nós, cada um dos nossos territórios. Então, além dessa dimensão que nós sabemos que nós temos no nosso dia-a-dia que é de buscar nossa comida, o nosso remédio, a nossa cura na floresta, buscar nosso alimento nos rios... Nós sabemos que esse lugar para nós também é o único lugar da Terra onde nós podemos continuar sendo nós mesmos e verdadeiramente ligados com a nossa origem e com a nossa memória ancestral.”
(Ailton Krenak – líder indígena)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Povos originários do Brasil I

Mapa étnico do Brasil nos século XIV e XV


         Mapa étnico apontando a diversidade de povos indígenas que ocupavam o atual território brasileiro nos séculos XIV e XV.  
       
 Três grandes famílias linguísticas se destacam:
         1. Os Aruaques que habitavam em especial o território da Amazônia, povos sedentários que viviam da subsistência através da horticultura, da pesca e da caça;

         2. Os Jês que habitavam a região do cerrado e viviam em pequenos bandos, eram caçadores coletores e mantinham uma vida nômade.

         3. Os Tupis-guaranis que habitavam a costa atlântica e partes do interior, vivendo da agricultura, da pesca e da caça.   




Primeiros Contatos  

      
            No vídeo “Antes do Brasil, Cabo Frio, 1530” podemos ter uma dimensão dos primeiros contatos entre os povos indígenas e os europeus que aqui desembarcaram no início do século XVI.




Os Tupis (século XVI) - o ritual antropofágico



Tupis e Europeus

- Laços de aliança: escambo, guerras e matrimônios.

- Lógica do conflito interétnica usada pelos portugueses: fatal para os tupis.

- Tupis varridos da costa em menos de dois séculos: violência, epidemias, fome e fugas para o interior.


Unidades Sociais e distribuição espacial

- Região norte da costa brasileira.

- Distribuição em “nações”: Tupiniquins, Tupinambás (ou Tamoios), Temomino, Kaeté, Potiguar, dentre outros.

- Malocas => Aldeias => Conjuntos multicomunitários.

- Conjuntos multicomunitários: estrutura de rede, não há um chefe supralocal, ou aldeia principal, originária, central.


Da chefia

- Estrutura da chefia: cada maloca tinha um “principal”.

- Sucessão da chefia: não era hereditária.


André Thevet, Cunhambebe. Século XVI.*


Obs*: A ilustração acima é de André Thevet, cosmógrafo francês, franciscano, cartógrafo e explorador que esteve numa expedição francesa as terras brasileiras e manteve contato com os Tupinambás (aliados dos franceses). Sua representação de Cunhambebe (uma das lideranças indígenas entre os tupinambás) apresenta um homem com traços grosseiros no rosto, um corpo idealizado (tal as representações renascentista) e aparatos usados do ritual antropofágico como a Ibirapema (arma usada para decapitar o guerreiro que seria sacrificado no ritual), todo esse imaginário do exótico foi vinculado em relatos de viagem muito difundidos nesse período na Europa. 


Guerra e Vingança

- Lógica de belicosidade indígena diferente do europeu (objetivo direto não era conquistar territórios ou ficar com o “butim” de guerra, mas sim capturar o inimigo para o ritual).

- Vingança: nexo fundante da sociedade tupinambá (consagrada através do ritual antropofágico era a única grande cerimônia coletiva; reunia aldeias diversas, redefinia alianças e inimizades)

 - Cativo tinha papel central nas relações interaldeães (era objeto de prestígio, circulavam com ele por aldeias vizinhas, convidando para cerimônia coletiva; produzia a socialização e articulação de casamentos entre as aldeias).

- Discurso sobre a guerra não se distinguia daquele sobre a imortalidade e a abundância (Xamâ = Pajé = Caraíba => Chefes): promessa de imortalidade para o executor e a vítima.


O Ritual Antropofágico

- Evento central da vida social Tupi.

- Articula grupos locais em unidades maiores: “conjuntos multicomunitários”.

- Reafirma alianças e inimizades.

- Socializa ao máximo a vingança.

- Execução em praça pública: honra para o executor e para vítima (promessa de imortalidade).

- Terra sem mal: destino individual pós-morte dos matadores.


Possível gravura de: Theodoro DE BRY (1528-1598). Cena de canibalismo, apartir de "Americae Tertia Pars", 1592.


Obs*: Imagem produzida a partir do relato de Hans Staden (explorador alemão que foi capturado pelos Tupinambás no século XVI, mas sobreviveu e escreveu um relato muito difundido na Europa desse período), apresenta uma visão etnocêntrica do ritual antropofágico. Todos os corpos são iguais, homogeneizados e apresentados comendo pedaços inteiros de um corpo humano, sendo que o ritual tinha uma função simbólica de adquirir a força do inimigo e não servia como base alimentícia. Muitas vezes, sacrificava-se uma única vítima para centenas de pessoas.




“A guerra não conduzia a subjugação, à escravização ou à extração de tributos por uma elite cada vez mais poderosa, que erguia monumentos consagrando seu próprio poder; ao contrário, produzia um movimento centrífugo, voltado literalmente para o consumo de inimigos – não de sua força de trabalho, mas de suas capacidades subjetivas -, sendo que tudo que deles restava eram bens imateriais: nomes, cantos e memória.”

(FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2000, p. 80)












segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Mapa e relatos acerca da colonização espanhola na América.

Neste mapa sobre a conquista espanhola na América, a partir do século XVI,  podemos observar  disposição dos povos nativos (Mais, Astecas e Incas) ao longo do território da atual América Central e do Sul. Percebe-se também as incursões de exploração da terra por parte dos chamados “conquistadores” espanhóis ao longo dos séculos, iniciado por Cristóvão Colombo em 1492 e prosseguido mais tarde por Hernán Cortés, Francisco Pizarro e Almagro. É interessante atentar para os focos de resistência dos nativos nos quais houve vitória militar por parte destes (ver legenda).


A seguir, temos dois relatos de espanhóis sobre os costumes indígenas e uso da violência contra estes nativos. Os trechos são, respectivamente, de um viajante da embarcação de Colombo chamado Miguel de Cuneo e de Bartolomeu de Las Casas (religioso defensor da não utilização da escravidão indígena e cujo discurso teve grande repercussão na Espanha). Veja:

“Geralmente, têm pouquíssima barba e belíssimas pernas, e são duros de pele. As mulheres têm as tetas mui  redondas, duras e mui bem feitas. Estas, geralmente quando dão à luz, levam imediatamente seus filhos para a água, para lavá-los  e lavar-se a si mesmas e não se lhes enruga o ventre por causa do parto, se não que lhe fica sempre terso, e assim as tetas. Vão totalmente nus, porém é verdade  que as mulheres , quando já conheceram varão, cobrem-se na frente com folhas de árvore ou com um pedaço de pano de algodão [...]. Comem todos os animais brutos e venenosos, como serpentes de 15 a 20 gramas cada uma; e quando topam  com as mais grossas, são midas por elas. Quando querem comer as ditas serpentes, as cozinham no meio de duas madeiras em assado; nós faltando-nos o que comer, as temos comido, e nos parecem boníssimas, e têm a carne branquíssima. Comem também  cachorro que não são demasiadamente bons.  Assim mesmo, comem cobras , lagartos e aranhas [...] caranguejos venenosos [... ] comem como pão aquelas raízes grossas [mandiocas] que são parecidas com  os nossos nabos [...] e sua bebida d’água [...] suas facas são pedras afiadas [...] nem sabem o que seja Deus nem diabo. Vivem mesmo como bestas; quando têm fome , comem; fazem o coito sem recato algum quando lhes dá a vontade, e fora dos irmãos e irmãs, todos os demais são comuns. Não são invejosos [...]”
(Miguel de Cuneo, Relação, 1495)

 “Os cristãos davam-lhes de bofetadas, de punhos e de paus, até pôr as mãos nos senhores dos povoados. E chegou isto a tanta temeridade e desavergonha que ao maior rei [cacique], senhor de toda a ilha, um capitão cristão, com seus cavalos es espadas e lanças, começou a fazer matanças e crueldades estranhas neles. Entravam nos povoados, nem deixavam meninos nem velhos, nem mulheres grávidas nem paridas que não desbarrigassem e faziam em pedaços, como se fossem cordeiros metidos nos seus apriscos. Faziam  apostas sobre quem de uma cutelada abria o homem pelo meio, ou cortava a cabeça dele de um só pique, ou lhe descobria as entranhas. Tomavam as criaturas [os bebês] das tetas das mães pelas pernas, batiam suas cabeças nas pedras. Outros jogavam-nas nos rios pelos ombros, rindo e burlando, e ao cair nas águas, eles enfiavam a espada com as mãos juntamente, e todos quanto diante de si encontravam. Faziam umas forças largas , que juntassem  quase os pés na terra, e de treze, em honra e reverência a Nosso Redentor e aos doze apóstolos , pondo-lhes lenha e fogo os queimavam vivos. Outros atavam e ligavam todo o corpo com palha seca : pegando-se-lhes fogo, assim os queimavam [...] ”
(Frei Bartolomeu de Las Casas, Brevíssima relação da destruição dos Índios, 1542)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

1492 – A conquista do paraíso”, de Ridley Scott

Segue abaixo uma versão editada do filme “1492 – A conquista do paraíso”, dirigido por Ridley Scott, em 1992. O filme destaca as relações de Cristóvão Colombo com a Coroa espanhola e as tentativas de convencimento por parte de Colombo para colocar em prática suas teorias sobre a navegação para as Índias: navegar sempre em direção a oeste, reto, com base na ideia de que a Terra é redonda.
Logo na primeira cena podemos destacar os ideais renascentistas que foram importantes para a construção de um pensamento marítimo capaz de proporcionar as grandes navegações.

Ao longo do trecho do filme podemos também destacar as relações entre os espanhóis e os grupos nativos da América central. A forma como a cultura espanhola se chocou com a cultura do outro, dito incivilizado. Esse choque não apenas gerou um desconforto de ambos os lados, como também proporcionou uma aproximação gradativa, através da língua e dos costumes, como por exemplo no trecho em que Cristóvão Colombo conversa com um nativo sobre religião.




terça-feira, 30 de setembro de 2014

Povos originários da América à época da chegada dos europeus

Segue abaixo um mapa que ilustra os povos indígenas da América na época da conquista espanhola, destacando os povos agricultores e as tribos nômades.


OS ASTECAS

Abaixo, mapa do Império Asteca e as gradativas expansões geográficas entre os séculos XII e XV.
- Povos originários da região atual do sul dos Estados Unidos.
- Expansão sobre os povos vizinhos entre os séculos XII e XV.
- Espécie de “confederação”: subordinação de povos com diferentes línguas, costumes e religiões. 
  Ex: zapotecas e mixtecas, na costa do Pacífico; totonacas, no Golfo do México
- Os povos submetidos não foram destruídos: a estrutura militar era destruída mas as estruturas socioeconômicas eram mantidas
- Base econômica da sociedade: pagamento de tributos das comunidades subordinadas



Os Tributos
Arrecadação anual
- 7 mil toneladas de milho
- 4 mil toneladas de feijão
- 36 toneladas de pimenta
- 21 toneladas de cacau
- 2 milhões de mantas de algodão
- Mel de abelha
- Anáguas e saias
- Algodão natural
- Armas
- Penas e madeira
- Cal, tinturas e perfumes


Huitzilopochtli – o deus guerreiro




Ruínas de Teotihuácan



A capital Tenochtitlán




OS INCAS

Abaixo, mapa com a localização do Império Inca (1463-1532).


- Império de extensão maior que o Império Romano!
- Diferentemente dos astecas, os incas incorporaram militarmente outros Estados, impondo uma unidade política, econômico-social e religiosa. 
   Ex: chimús, no litoral norte do atual Peru; urús e aimarás, das margens do Titicaca; e quéchuas, maior contingente do império.
- Vários elementos para impor a dominação: da violência à afirmação religiosa de que o “imperador” era o filho do Sol.


“O Estado requeria grandes contingentes de mão de obra para as construções de centros urbanos, fortalezas, caminhos, pontes, terraços e canais de irrigação, bem como para sua manutenção. Para isso, era utilizada a 'Mita', um serviço pessoal e periódico feito ao Inca durante um tempo prefixado (durava de dois a três meses).”

O "Inca", considerado o imperador do Sol



Ruínas de Ingapicar Equador
Norte do Peru

Machu Picchu
(descoberto em 1911)











quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Vídeo Viveiros de Castro




Neste vídeo o professor Viveiros de Castro fala sobre as populações nativas existentes antes da chegada dos europeus na América. Ele discute a estimativa populacional de nativos antes da presença dos europeus e o choque e a queda demográfica que se deu nesse contato e conquista. Fala também sobre o impacto das doenças trazidas pelos espanhois para o extermínio dessa população e a implicação disso no sucesso da conquista espanhola.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

As novas relações entre europeus, africanos e asiáticos nos séculos XV-XVI

As novas relações no mundo do século XV, a partir das grandes navegações, terão como ponto principal o contato entre culturas e costumes diferentes. Os portugueses irão inaugurar a expansão para além-fronteiras de modo a buscar novos fiéis à cristandade e novas relações de comércio, principalmente do comércio marítimo do Oriente, entre a Costa Oriental da África e a Índia.

A seguir, algumas imagens que podemos trabalhar a partir das novas relações entre europeus, africanos e asiáticos nos séculos XV-XVI.
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No mapa abaixo, destacam-se as rotas comerciais realizadas entre europeus, asiáticos e africanos no século XIII. Ao longo dos séculos seguintes, novas rotas serão descobertas e novas relações culturais, políticas e econômicas serão realizadas.

A partir do século XV, principalmente com as expedições de Diogo Cão (seta em azul para o Congo) e Vasco da Gama (seta em verde), novos caminhos serão traçados para o comércio até às Índias. Através do mapa abaixo podemos visualizar todas as rotas marítimas que saíram do porto de Lisboa até a costa ocidental e oriental da África e até o comércio com a Índia, no porto de Calicute e Cochim. Comparando o mapa anterior com este, podemos denotar a mudança do “palco” das relações comerciais no século XV, passando agora para o Oceano Atlântico.

Abaixo, temos a representação do manicongo (soberano) do Reino africano do Congo, no século XV, chamado de João I após o batismo português. Ao lado, a esposa e rainha do Reino africano do Congo, Mani-Mombada. Estas pinturas foram feitas pelo pintor Pierre Dublois, em 1776. Percebam as vestes da rainha.

Através da imagem abaixo podemos destacar trocas culturais entre os congoleses e os portugueses a partir do contato das grandes navegações. As vestes de Mani-Mombada são semelhantes as vestes da rainha portuguesa D. Maria I.

Outro exemplo de hibridismo cultural (trocas culturais) entre os portugueses e os congoleses é a tradição dos reis negros na Festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Em Portugal, desde o século XV os negros escolhiam os reis para celebrar a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, reunidos em irmandades religiosas. A tradição de eleger reis vinha do antigo reino africano do Congo, onde eles não herdavam o trono, mas eram escolhidos pelos nobres.
Abaixo, temos uma pintura (1835) de Johann Moritz Rugendas, pintor alemão que no século XIX viajou pelo Brasil retratando os costumes e práticas locais. A pintura ilustra a tradição dos reis negros no Brasil, que recebeu o nome de congada.

Depois de Diogo Cão, o rei de Portugal à época, D. Manuel I, enviou para o Oriente africano uma expedição liderada por Vasco da Gama. O objetivo desta expedição era conhecer e construir novas relações comerciais com os navegadores das Índias, principalmente entrar em contato com o “Rei dos Mares” de Calicute, o Samorim, que na Europa já chegava a fama.
Abaixo temos um mapa que ilustra toda a expedição de Vasco da Gama. Desde o périplo africano até a chegada ao porto de Goa, na Índia, e o contato com os japoneses, em Nagasaki.

O contato entre Vasco da Gama e o Samorim possui diversas interpretações e representações ao longo do processo histórico. Uma destas representações é a de José Veloso Salgado, “Vasco da Gama perante o Samorim de Calicute”, de 1898, em que podemos ressaltar as opções políticas do pintor ao retratar o contato. No centro, em destaque, temos Vasco da Gama, posicionado de forma imponente, com trajes suntuosos e gesticulando enquanto os indianos ao redor escutam atentos ao que ele tem para dizer. Já o “Rei dos Mares”, sentado em seu trono, escuta também com atenção ao português.