terça-feira, 30 de setembro de 2014

Povos originários da América à época da chegada dos europeus

Segue abaixo um mapa que ilustra os povos indígenas da América na época da conquista espanhola, destacando os povos agricultores e as tribos nômades.


OS ASTECAS

Abaixo, mapa do Império Asteca e as gradativas expansões geográficas entre os séculos XII e XV.
- Povos originários da região atual do sul dos Estados Unidos.
- Expansão sobre os povos vizinhos entre os séculos XII e XV.
- Espécie de “confederação”: subordinação de povos com diferentes línguas, costumes e religiões. 
  Ex: zapotecas e mixtecas, na costa do Pacífico; totonacas, no Golfo do México
- Os povos submetidos não foram destruídos: a estrutura militar era destruída mas as estruturas socioeconômicas eram mantidas
- Base econômica da sociedade: pagamento de tributos das comunidades subordinadas



Os Tributos
Arrecadação anual
- 7 mil toneladas de milho
- 4 mil toneladas de feijão
- 36 toneladas de pimenta
- 21 toneladas de cacau
- 2 milhões de mantas de algodão
- Mel de abelha
- Anáguas e saias
- Algodão natural
- Armas
- Penas e madeira
- Cal, tinturas e perfumes


Huitzilopochtli – o deus guerreiro




Ruínas de Teotihuácan



A capital Tenochtitlán




OS INCAS

Abaixo, mapa com a localização do Império Inca (1463-1532).


- Império de extensão maior que o Império Romano!
- Diferentemente dos astecas, os incas incorporaram militarmente outros Estados, impondo uma unidade política, econômico-social e religiosa. 
   Ex: chimús, no litoral norte do atual Peru; urús e aimarás, das margens do Titicaca; e quéchuas, maior contingente do império.
- Vários elementos para impor a dominação: da violência à afirmação religiosa de que o “imperador” era o filho do Sol.


“O Estado requeria grandes contingentes de mão de obra para as construções de centros urbanos, fortalezas, caminhos, pontes, terraços e canais de irrigação, bem como para sua manutenção. Para isso, era utilizada a 'Mita', um serviço pessoal e periódico feito ao Inca durante um tempo prefixado (durava de dois a três meses).”

O "Inca", considerado o imperador do Sol



Ruínas de Ingapicar Equador
Norte do Peru

Machu Picchu
(descoberto em 1911)











quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Vídeo Viveiros de Castro




Neste vídeo o professor Viveiros de Castro fala sobre as populações nativas existentes antes da chegada dos europeus na América. Ele discute a estimativa populacional de nativos antes da presença dos europeus e o choque e a queda demográfica que se deu nesse contato e conquista. Fala também sobre o impacto das doenças trazidas pelos espanhois para o extermínio dessa população e a implicação disso no sucesso da conquista espanhola.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

As novas relações entre europeus, africanos e asiáticos nos séculos XV-XVI

As novas relações no mundo do século XV, a partir das grandes navegações, terão como ponto principal o contato entre culturas e costumes diferentes. Os portugueses irão inaugurar a expansão para além-fronteiras de modo a buscar novos fiéis à cristandade e novas relações de comércio, principalmente do comércio marítimo do Oriente, entre a Costa Oriental da África e a Índia.

A seguir, algumas imagens que podemos trabalhar a partir das novas relações entre europeus, africanos e asiáticos nos séculos XV-XVI.
__x__
No mapa abaixo, destacam-se as rotas comerciais realizadas entre europeus, asiáticos e africanos no século XIII. Ao longo dos séculos seguintes, novas rotas serão descobertas e novas relações culturais, políticas e econômicas serão realizadas.

A partir do século XV, principalmente com as expedições de Diogo Cão (seta em azul para o Congo) e Vasco da Gama (seta em verde), novos caminhos serão traçados para o comércio até às Índias. Através do mapa abaixo podemos visualizar todas as rotas marítimas que saíram do porto de Lisboa até a costa ocidental e oriental da África e até o comércio com a Índia, no porto de Calicute e Cochim. Comparando o mapa anterior com este, podemos denotar a mudança do “palco” das relações comerciais no século XV, passando agora para o Oceano Atlântico.

Abaixo, temos a representação do manicongo (soberano) do Reino africano do Congo, no século XV, chamado de João I após o batismo português. Ao lado, a esposa e rainha do Reino africano do Congo, Mani-Mombada. Estas pinturas foram feitas pelo pintor Pierre Dublois, em 1776. Percebam as vestes da rainha.

Através da imagem abaixo podemos destacar trocas culturais entre os congoleses e os portugueses a partir do contato das grandes navegações. As vestes de Mani-Mombada são semelhantes as vestes da rainha portuguesa D. Maria I.

Outro exemplo de hibridismo cultural (trocas culturais) entre os portugueses e os congoleses é a tradição dos reis negros na Festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Em Portugal, desde o século XV os negros escolhiam os reis para celebrar a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, reunidos em irmandades religiosas. A tradição de eleger reis vinha do antigo reino africano do Congo, onde eles não herdavam o trono, mas eram escolhidos pelos nobres.
Abaixo, temos uma pintura (1835) de Johann Moritz Rugendas, pintor alemão que no século XIX viajou pelo Brasil retratando os costumes e práticas locais. A pintura ilustra a tradição dos reis negros no Brasil, que recebeu o nome de congada.

Depois de Diogo Cão, o rei de Portugal à época, D. Manuel I, enviou para o Oriente africano uma expedição liderada por Vasco da Gama. O objetivo desta expedição era conhecer e construir novas relações comerciais com os navegadores das Índias, principalmente entrar em contato com o “Rei dos Mares” de Calicute, o Samorim, que na Europa já chegava a fama.
Abaixo temos um mapa que ilustra toda a expedição de Vasco da Gama. Desde o périplo africano até a chegada ao porto de Goa, na Índia, e o contato com os japoneses, em Nagasaki.

O contato entre Vasco da Gama e o Samorim possui diversas interpretações e representações ao longo do processo histórico. Uma destas representações é a de José Veloso Salgado, “Vasco da Gama perante o Samorim de Calicute”, de 1898, em que podemos ressaltar as opções políticas do pintor ao retratar o contato. No centro, em destaque, temos Vasco da Gama, posicionado de forma imponente, com trajes suntuosos e gesticulando enquanto os indianos ao redor escutam atentos ao que ele tem para dizer. Já o “Rei dos Mares”, sentado em seu trono, escuta também com atenção ao português.







segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Absolutismo Monárquico (Pinturas)


        Seguem abaixo imagens de monarcas de Portugal, Espanha, Inglaterra e França. Cada um desses reis e rainhas têm em comum certa centralidade do poder em suas figuras sendo, por isso, considerados absolutistas, ainda que guardem particularidades e que contestações a seus governos tenham existido. A partir dessa breve exposição, das imagens abaixo e das aulas sobre Absolutismo Monárquico, de que maneira podemos entender a importância de se retratar esses personagens de forma suntuosa?

Monarcas Portugueses:


Dom Afonso V, século XV 


Dom Sebastião, século XVI

Dom Afonso VI, século XVII

Monarcas Espanhóis:


Fernando II de Aragão e Isabel de Castelo, século XV

Felipe II de Espanha, século XVI

Felipe III de Espanha, Século XVII


Monarcas Franceses:


Luís XII, século XV

Henrique II, século XVI

Luís XIV, século XVII-XVIII


Monarcas Ingleses:

Henrique VII, século XV-XVI

Henrique VIII, século XVI

Elizabeth, século XVI-XVII

Jaime I, XVII
















quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Da Vinci's Demons


     Segue abaixo o primeiro capítulo, adaptado,  da primeira temporada da série norte-americana Da Vinci's Demons, que retrata a vida de Leonardo da Vinci. Ainda que a série apresente inverdades e uma realidade fantasiada, ela pode nos ajudar a refletir sobre elementos do renascimento cultural, como a valorização do homem, a  preocupação em entender o mundo a partir da razão e experimentação, sem, contudo, que Deus deixe de existir. Ou seja, o papel de Deus nessa sociedade está se modificando, no entanto, ele continua presente e importante. Tais questões aparecem na fala do personagem Leonardo Da Vinci: "acredito que o homem irá voar e baseio essa suposição no fato de que Deus nos abençoou com mentes que são capazes de imaginar isso".



sábado, 23 de agosto de 2014

Antecedentes da Reforma Protestante na Europa do século XVI

Nas imagens abaixo podemos ver a contradição da Igreja Católica ao mesmo tempo em que a Igreja condenava o lucro e usura e defendia o preço justo apresentava grande suntuosidade.

Abadia de Cluny fundada no ano de 909 na França.
Abadia de Melk, na Áustria, fundada no ano de 996, mas doada aos monges apenas no ano de 1089.
Papa Gregório I, pontificado de 590-604.

Outra característica marcante da Igreja Católica medieval era a corrupção do clero. Alguns exemplos são: a venda de indulgência e a simonia (venda de cargos eclesiásticos e de relíquias).


"O Ilustríssimo senhor Dom Frei Vicente Ortiz de Labastida, bispo de Tarazona, no dia 15 de outubro do anod de 1849 concedeu 40 dias de indulgência por cada Ave Maria, Salve ou oração que se rezasse diante da imagem de Nuestra Señora de la Cuesta, venerada em sua capela do povoado de Munébrega."

Espinho da Coroa de Cristo no Museu Britânico.
Pedaço da madeira da cruz de Cristo exposta no Museu Britânico.
Coroa de Cristo envolta em fino anel de cristal e ouro exposta no Museu de Notre Dame.

São Francisco de Assis foi um dos religiosos que não concordavam com o comportamento da Igreja Católica da época. Ele fundou a Ordem Franciscana, uma Ordem religiosa mendicante formada por frades com foco na oração, pregação e evangelização, no serviço aos pobres e outras obras de caridade. Os membros dessa Ordem renunciavam a posse de qualquer bem, viviam dependentes de esmolas dos outros que conseguiam principalmente através de pregações. 
São Francisco de Assis tinha uma relação muito intensa com a natureza e com os animais. No Cântico ao Irmão Sol ou Cântico das Criaturas, São Francisco chama o vento, a água, o sol, as estrelas, o fogo, a Terra e a morte de irmãos e os convida a celebrar a maravilha do mundo e a servirem o Senhor.

Cântico ao Irmão Sol
"Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção.
Só a ti, Altíssimo, são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor Irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.

E ele é belo e radiante
Com grande esplendor:
De ti, Altíssimo é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste claras
E preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo
Pela qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo
Pelo qual iluminas a noite
E ele é belo e jucundo
E vigoroso e forte.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.

Bem aventurados os que sustentam a paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes á tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!

Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade"

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Humanismo e Antropocentrismo na arte renascentista*


O Humanismo foi um termo difundido no século XV por um conjunto de indivíduos que, desde o século anterior, esforçava-se por renovar o padrão de estudos das universidades medievais dominadas por uma cultura clerical. O movimento humanista propõe os studia humanitatis (estudos humanos: poesia, filosofia, história, matemática e eloquência) como uma forma de revitalizar os estudos tradicionais. Eles questionam a cultura medieval pautada numa submissão completa ao reino de Deus e ao poder da Igreja. Elaboram e divulgam um novo código de valores e comportamentos, inspirados na antiguidade greco-romana e afinados com os novos interesses de uma cultura urbana, comercial e, marcada pela ascensão de um novo grupo social, a burguesia.
Uma preocupação fundamental desses humanistas era com as capacidades físicas e espirituais do homem, observando-o não apenas como um desígnio de Deus - ou seja, um plano divino, sem autonomia na vida e no seu destino - mas como um sujeito de sua história, dotado de poder de criação e ação no mundo natural. O homem torna-se o centro das atenções desses humanistas e a essa atitude questionadora sobre as possibilidades criativas e ativas do homem chamamos Antropocentrismo.
A cultura humanística torna-se a base intelectual, filosófica e artística do período da história do Ocidente europeu conhecido como Renascimento Cultural.


A Arte Renascentista


Nas obras de arte do período renascentista podemos constatar uma convergência dos principais aspectos dessa cultura humanística: a ciência, a filosofia, a  história, a técnica, dentre outros. A arte renascentista espelha os processos de evolução das relações sociais e mercantis, pois é uma arte de invenção, de inovação e aperfeiçoamento técnico, ela acompanha as conquistas da física, da matemática, da geometria, da anatomia, da engenharia e da filosofia. Algumas das suas características principais são: o antropocentrismo, o naturalismo, o uso da perspectiva, os estudos anatômicos, os estudos de óptica, o uso da matemática (geometria), a humanização do divino etc. Os artistas desse período negam os princípios da arte medieval - arte simbólica com figuras exclusivamente religiosas, feita para ser um instrumento didático - vista como uma arte estática, inalterável e sagrada, tal qual a sociedade que ela representava. A arte renascentista, por sua vez, apresenta uma nova concepção do saber e da relação com o sagrado presente na sociedade urbana, comercial e burguesa desse período. Por toda parte tem-se uma nova palavra de ordem: "Viver mais pelo sentido do que pelo espírito".  

*Adaptação do texto: SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1994. – (Coleção Discutindo a História).



Trabalho com obras de arte feito em sala de aula - imagens e principais aspectos


- Contraste entre a arte medieval e a arte renascentista

Pintura Medieval


Cimabue. Maria entronizada com o menino, São Francisco, São Domenico e dois anjos (século XIII).
Têmpera sobre madeira, 133 x 81 cm.
Galleria degli Uffizi, Florença


1. Ausência da ideia de espaço
2. Desproporção entre as figuras
3. Arte simbólica com figuras exclusivamente religiosas


Pintura Renascentista


Raffaello Sanzio. Maria entronizada com o menino e com santos, 1504-05.
Têmpera sobre madeira, 172 x 172 cm.
Metropolitan Museum of Art, New York


1. Racionalismo (perspectiva)
2. Figuras proporcionais
3. Naturalismo


- Arte Renascentista - uma nova concepção do saber e da relação com o sagrado


Leonardo da Vinci. O Homem Vitruviano, 1492. Caneta, tinta, aquarela e metalpoint, 34,3 x 24,5 cm.
Gallerie dell'Accademia, Veneza, Itália. 




      Leonardo da Vinci. Estudos da proporção da cabeça e dos olhos. - . Caneta e tinta sobre papel, 19,7 x 16 cm. 
Biblioteca Real, Turim, Itália.

                                       


Leonardo da Vinci. Estudos de anatomia. 1504-6. Caneta sobre papel. 25,3 x 19,7 cm. 
Biblioteca Real, Turim, Itália.


1. Antropocentrismo
2. Naturalismo (anatomia)
3. Racionalismo (matemática)
4. Valores da antiguidade Greco-romana (estudos de Vitrúvio)

_______________________________



Donatello. São Jorge. 1415-16. Mármore, 209 cm. Museo Nazionale Del Bargello, Florença, Itália.


1. Humanização do divino (afetos – guerreiro)
2. Naturalismo (anatomia)
3. Valores da cultura Greco-romana (mármore + monumentalidade)

_______________________________




Jan Van Eyck. Retrato de Giovanni Arnolfini e sua esposa, 1434. Óleo sobre madeira, 81,8 x 59,7 cm.
National Gallery, Londres, Inglaterra.


1. Temática burguesa (mercador)
2. Individualismo (retrato conjugal + assinatura do pintor)
3. Racionalismo (perspectiva + estudos de óptica)
4. Nova técnica de pintura à óleo